Punições na Regap não serão toleradas. Ataques individuais não derrubam a resistência coletiva

FUP repudia ações antissindicais da Petrobrás contra os trabalhadores da Regap, onde quatro dirigentes sindicais foram punidos em um intervalo de 20 dias. Objetivo é tentar intimidar a categoria para que não resista às privatizações

Cristiano Almeida, técnico de laboratório da Regap, é o mais recente caso de punição na refinaria de Minas Gerais. Diretor do Sindipetro-MG, ele recebeu suspensão de 20 dias, imposta arbitrariamente pela gestão da Petrobrás. Já são quatro diretores sindicais punidos em menos de três semanas. Dois deles são cipistas e foram suspensos sob alegações infundadas, por conta de suas atuações na CIPA. Os outros dois receberam punições por conta da greve de fevereiro, ou seja, oito meses após terem participado do movimento.

Com argumentações subjetivas, rasas e sem fundamento, as denúncias vindas da gerência geral foram seguidas de processos inquisitórios instaurados pela empresa. Os empregados não puderam gravar, nem ter cópia do relato ou das respostas e muito menos puderam levar testemunhas ou garantir a presença do sindicato.

“O novo gerente geral da Regap, Felipe, segue a mesma linha de perseguição e repressão sobre os trabalhadores, que já vinha sendo aplicada por Wagner, o gestor anterior da refinaria. O que eles não sabem é que esses diretores do Sindipetro MG estão respaldados pela categoria, que já deixou claro que não aceita punição individual, o ônus será coletivo. Assim como os trabalhadores, o sindicato já manifestou apoio jurídico, financeiro e político aos empregados punidos”, afirma o coordenador do Sindipetro-MG, Alexandre Finamori.

Está claro para todos que a gerência da Regap quer intimidar os petroleiros e petroleiras, na tentativa de quebrar sua resistência à privatização. A FUP reafirma o que a categoria e o sindicato já avisaram: ataques individuais não derrubam resistências quando são construídas coletivamente. “Querem enfraquecer a resistência contra as privatizações, mas seguiremos denunciando a postura bolsonarista da gestão da Petrobrás e lutando pela reversão de todas as punições políticas. Eles não nos intimidarão”, afirma Finamori.

A FUP já está se mobilizando para denunciar mais esse grave ataque contra as organizações sindicais, tanto no Ministério Público do Trabalho, quanto nos órgãos internacionais, como a OIT. As punições contra os trabalhadores da Regap será também um dos pontos de pauta do Conselho Deliberativo da FUP nesta terça-feira, 27. “Esperamos que o RH corporativo da Petrobrás reveja essas punições. A nossa reação será a nível nacional”, avisa o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar. “Querem calar a nossa voz e nós não iremos admitir isso”, afirma.

[FUP | Foto: Sindipetro-MG]