Após denúncias do Sindipetro Bahia, Petrobrás adia parada de manutenção da RLAM

A gerência da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) emitiu comunicado nesta sexta (5), informando o adiamento por mais 14 dias da parada de manutenção da refinaria que estava marcada para acontecer no dia 15/03.

O adiamento da parada de manutenção da RLAM foi uma grande vitória do Sindipetro Bahia. A entidade sindical participou de reuniões com o RH Corporativo da Petrobrás e com a gerência da RLAM, apontando o perigo da manutenção da parada em um momento em que os casos de infecção pelo vírus da Covid – 19 estão em alta e já havia solicitado o adiamento da parada, mas não foi atendida.

Foi preciso denunciar o acaso à imprensa e divulgar a intenção de encaminhar denúncia contra a RLAM ao Ministério Público do Trabalho, ao Centro de Saúde do Trabalhador da Bahia (Cesat) e à Superintendência Regional de Trabalho e Emprego, para que os órgãos públicos competentes tomassem conhecimento dessa grave situação, e no uso de suas atribuições garantissem o adiamento da parada de manutenção.

Apesar do avanço, o Sindipetro vê essa medida como paliativa e continua reivindicando que a parada seja adiada não só por 14 dias, mas pelo máximo de tempo permitido pelas Normas regulamentadoras, sendo o ideal, se possível, até a vacinação de todos os trabalhadores.

Outras vitórias do Sindipetro contra a propagação da Covid-19 foram: a volta da implantação do teste de antígeno associado ao teste rápido, redução de atividades dentro das instalações da refinaria; implementação de horários distintos de almoço para o pessoal das empresas contratadas, buscando a redução de filas e contato e exposição de pessoas e redução do efetivo de manutenção de rotina na refinaria para aproximadamente 35% do efetivo normal.

No entanto, no seu comunicado, a gerência da RLAM elencou uma série de medidas preventivas, afirmando que já haviam sido adotadas anteriormente. Mas, pelo menos algumas delas não estão funcionando como deveriam, a exemplo da limitação da ocupação não superior a 50%, com uso de máscaras nos transportes e a redução do número de mesas e limitação da ocupação não superior a 50%.

O adiamento da parada e as medidas adotadas foram necessárias devido à própria negligência da RLAM com os trabalhadores próprios e terceirizados. Se a gerência da refinaria não tivesse liberado a entrada na unidade de centenas de trabalhadores no dia 17/02 (véspera da greve da categoria), sem nenhum tipo de controle sanitário, colocando até três turmas de operadores nas CCLs, dormindo em colchões no chão e em ambiente fechado, hoje a refinaria não estaria vivendo um surto de Covid.

Esperamos que a gerência da RLAM dê continuidade à prevenção durante a greve da categoria que foi retomada nesta sexta(5), pois o Sindipetro recebeu denúncias de que muitos trabalhadores estão sendo mantidos dentro da refinaria mesmo após o seu turno de trabalho. Esperamos que não haja aglomeração nos dormitórios e refeitórios como da outra vez.

[Da imprensa do Sindipetro BA]