Após regularização dos salários, petroleiros suspendem greve em São Paulo

Apesar da interrupção momentânea da greve, os petroleiros aprovaram estado de greve – o que significa que o movimento foi suspenso, mas não encerrado – e a realização de assembleias permanentes.

Trabalhadores votaram pela paralisação do movimento grevista e abertura de negociação com a Petrobrás

 

Por Guilherme Weimann, do Sindipetro Unificado-SP 

Na última sexta-feira (22), terminaram as assembleias organizadas pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) nas refinarias de Capuava (Recap) e Paulínia (Replan). Por ampla maioria, os trabalhadores aprovaram o indicativo de suspensão da greve para abertura de negociação com a Petrobrás.

A categoria votou pelo recuo temporário, após o compromisso da Petrobrás em normalizar todos os salários até o dia 25 de abril. Anteriormente, a empresa havia suspendido somente os pagamentos dos grevistas, o que se configura como prática antissindical, além de violar o princípio de isonomia previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

“O pagamento integral dos salários até o dia 25 de abril era o pressuposto básico para iniciarmos qualquer tipo de negociação. Caso algum trabalhador não tenha recebido parte dos seus honorários, nós orientamos que ele procure a sua regional do sindicato”, aponta o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindipetro-SP, Arthur Bob Ragusa.

Apesar da interrupção momentânea da greve, os petroleiros aprovaram estado de greve – o que significa que o movimento foi suspenso, mas não encerrado – e a realização de assembleias permanentes. “A sinalização em negociar por parte da Petrobrás ocorreu somente depois de muita luta. Por isso, entendemos que é necessário manter a categoria alerta para garantir que as reivindicações da greve sejam de fato acatadas pela empresa”, explica Ragusa.

Pautas

Nos próximos dias, a diretoria do Sindipetro-SP pretende se reunir novamente com a Petrobrás para elaborar um cronograma e uma metodologia para a condução das negociações. “Em um primeiro momento, nós pretendemos levar as pautas que são comuns a todas as nossas bases. A principal delas, sem dúvida nenhuma, é questão do efetivo, ou seja, o descumprimento do número mínimo de trabalhadores para operarem as unidades”, pontua Ragusa.

Também estão incluídos a apuração de erros nas homologações; a extinção do Saldo AF – que é uma espécie de cálculo para registro de frequência; critérios objetivos e transparentes para mudança de “ênfase” e transferências; o fim das terceirizações em tarefas inerentes aos cargos de trabalhadores próprios; um plano emergencial para conter a escalada de acidentes.

Além disso, na Recap, os trabalhadores cobram a assinatura da minuta da FUP para a tabela de 12 horas já aprovada em assembleia pelos trabalhadores da unidade.