Eleição na Petros: Candidatos alertam para chapas que defendem interesses da gestão

 

Em entrevista ao Sindipetro-SP, o candidato ao Conselho Deliberativo, Rafael Crespo, fala sobre o que está em jogo na eleição e destrincha as principais propostas da chapa “Juntos pela Petros”

[Da imprensa do Sindipetro Unificado SP]

Participantes da ativa, aposentados e pensionistas têm até o próximo dia 28 para escolherem seus representantes nos conselhos Deliberativo e Fiscal da Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros).

Em entrevista ao Sindipetro-SP, o candidato titular ao Conselho Deliberativo (CD) pela chapa “Juntos pela Petros”, Rafael Crespo (dupla 53), que também é diretor do Sindipetro-NF e representante da Federação Única dos Petroleiros (FUP) na Comissão da Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS), explica o que está em jogo nesta votação.

“Nesta eleição, precisaremos estar muito atentos na hora da votação, principalmente pelo movimento feito pela atual gestão da empresa em colocar gerentes para disputar a vaga dos trabalhadores e, assim, anular qualquer possibilidade de rejeição das propostas que virão do atual governo”, opina.

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O petroleiro aponta que, caso seja eleito, sua gestão no CD da Petros  focará em minimizar os descontos dos equacionamentos que têm retirado parte significativa da renda dos aposentados e pensionistas. “O que mais aflige os aposentados e pensionistas da Petrobrás atualmente são os descontos que estão acabando com a sua renda mensal. É necessário encontrar alternativas que diminuam esse ataque aos bolsos”, afirma Rafael em entrevista abaixo.

No dia 14 de maio, ele participou de uma live com Felipe Grubba, também candidato ao Conselho Fiscal (dupla 43), que tratou sobre a importância destas eleições para o futuro do Petros. Assista a íntegra:

Confira a entrevista com Rafael Crespo:

Quais são as responsabilidades específicas do Conselho Deliberativo? O que está em jogo nessa eleição?

O Conselho Deliberativo é o órgão máximo da Petros, é ele que aprova ou rejeita as políticas da Fundação, como a de investimentos e as premissas atuariais, como também aprova ou rejeita os diretores e as alterações nos regulamentos dos Planos.

Nesta eleição, precisaremos estar muito atentos na hora da votação, principalmente pelo movimento feito pela atual gestão da empresa em colocar gerentes para disputar a vaga dos trabalhadores e, assim, anular qualquer possibilidade de rejeição das propostas que virão do atual governo.

O país e a Petrobrás, consequentemente, estão sendo geridos por uma ideologia extremamente conservadora nos costumes e liberal no plano econômico. Quais foram os impactos do conservadorismo para os petroleiros e quais são os princípios e valores que a chapa “Juntos pela Petros” pretende imprimir na sua gestão diante dessa conjuntura, caso seja eleita?

Os participantes e assistidos têm sentido na pele essa alteração. São os atendimentos que são insuficientes e finalizados sem o devido tratamento; os descontos abusivos nos quais não são respeitadas as margens máximas de desconto, fazendo com que tenhamos que entrar na Justiça para ter o nosso direito respeitado; entre outros exemplos do que precisa mudar.

No Conselho Deliberativo, cobraremos da nossa Fundação o respeito a todos aqueles que mensalmente colocam parte do seu dinheiro para a Petros administrar e que ela tenha transparência.

Quais são as principais propostas da chapa “Juntos pela Petros” para os Planos Petros do Sistema Petrobrás?

O que mais aflige os aposentados e pensionistas da Petrobrás atualmente são os descontos que estão acabando com a sua renda mensal. É necessário encontrar alternativas que diminuam esse ataque aos bolsos.

Também defenderemos a implantação do Portal da Transparência, que engatinhou em gestões passadas e atualmente foi tirado do ar. Todos nós temos o direito de saber onde está sendo gasto o nosso dinheiro e onde está sendo investido.

Na comunicação, é preciso uma reformulação que faça com que quem procure um atendimento saia com a sua demanda resolvida e não com um ‘vamos ver’.

Uma das propostas, especificamente, é utilizar os superávits anuais de cada um dos planos para reduzir as contribuições extraordinárias de equacionamento de déficits, o que aumentaria a renda dos assistidos. Como vocês pretendem implementar essa proposta?

Essa proposta tem duas vertentes, uma externa e uma interna. Externamente precisaremos atuar junto à ANAPAR [Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde], que representa os participantes no CNPC [Conselho Nacional de Previdência Complementar], para realizar alterações na Resolução nº 30 – que dispõe sobre a utilização dos superávits –, permitindo a utilização automática dos resultados para abater o equacionamento.

Já internamente temos a aplicação da Instrução Normativa nº 33 da Previc [Superintendência Nacional de Previdência Complementar], na qual a Petros precisa avaliar as suas aplicações. Temos o exemplo da FUNCEF [Fundação dos Economiários Federais] que conseguiu reduzir o seu equacionamento utilizando esses dispositivos.

Desde o início do ano, trabalhadores da ativa, mas principalmente aposentados e pensionistas, têm sofrido com descontos abusivos da AMS. Você enxerga alguma ligação entre esses descontos e a proposta do PP3?

Totalmente. A Petrobrás utilizou da asfixia financeira aos aposentados e pensionistas para tentar forçá-los a aderirem ao PP3. Esse é um ponto em que a categoria petroleira mostrou o seu valor e deu um sonoro ‘não’ a esse plano.

A chapa “Juntos pela Petros” pretende propor ao Conselho Deliberativo as alterações estatutárias necessárias para garantir a eleição da metade dos membros da direção da Petros. Você poderia explicar melhor a proposta e qual a sua importância?

Essa não é uma simples proposta somente porque achamos importante. Essa é uma obrigação da Petros firmada em um acordo judicial. A Petros tem que cumprir os compromissos que assume perante a Justiça. A importância de eleger os dois diretores é colocar dentro da gestão da empresa pessoas que tenham a representatividade de todos os participantes e assistidos.

Se as patrocinadoras que colocam menos da metade dos recursos da Petros escolhem todos os gestores, por que os participantes – que são donos de mais da metade dos recursos – não podem?

Como a chapa “Juntos pela Petros” se diferencia da chapa composta por gestores da empresa?

Primeiro vale a pena denunciar esse ataque que a gestão da empresa vem tentando fazer para minar os espaços representativos dos trabalhadores e aparelhar com os seus gestores.

Enquanto os gestores têm contrato assinado firmando compromisso e lealdade aos interesses da empresa, a nossa chapa defende a lealdade e confiança aos participantes e assistidos, além da contínua disponibilidade e prestação de contas àqueles que nos elegeram.

Você tem uma atuação dentro do Sindipetro NF, além de ser o representante da FUP na Comissão da AMS. Qual a importância dessa trajetória e como a experiência adquirida pode ajudá-lo caso seja eleito?

A principal experiência adquirida nesse período foi a importância da escuta. A empatia de entender a situação de todos os perfis da nossa categoria, seja da ativa, aposentado ou pensionista.

A atuação do conselheiro eleito deve levar isso em consideração, pegar as demandas e esperanças dos trabalhadores e construir dentro do conselho as formas possíveis de garantir que o seu presente tenha menos atribulações e que o seu futuro esteja garantido com uma boa atuação da Petros gerindo o seu dinheiro.