GT petroquímico debate formação de monopólio no setor e ataques a direitos dos trabalhadores

Foi realizada na manhã da quarta-feira, dia 30/09, na sede da Confederação Nacional do Ramo Químico…

Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia

Foi realizada na manhã da quarta-feira, dia 30/09, na sede da Confederação Nacional do Ramo Químico, uma reunião do Grupo de Trabalho (GT) Petroquímico. Participaram da reunião dez dirigentes sindicais, representando entidades sindicais dos estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. No encontro foi debatida a possível aquisição da Quattor pela Braskem e as implicações que isso trará ao setor.  O GT vem acompanhando essas movimentações no setor petroquímico desde 2007, quando a Braskem comprou o Grupo Ipiranga. Já naquela ocasião era cobrada uma ação mais ativa do Estado e avaliava-se a configuração de um monopólio na produção de resinas. ” Na reunião de hoje, analisamos a realidade do setor, a partir das experiências concretas de cada sindicato, que relatou suas experiências, como o caso das 500 demissões ocorridas na base do Sindipolo, no Rio Grande dos Sul; os enfrentamentos com a Braskem, no pólo de Camaçari, na Bahia; as ações contra os trabalhadores na unidade da Quattor, na região do ABC, em São Paulo e as experiências nas duas plantas da Quattor, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro”, diz o dirigente da CNQ, Cairo Corrêa, Setorial Petróleo e Petroquímica.

As mudanças no setor petroquímico, além de demissões, pressões e instabilidade, vêm ainda ocasionando vários outros problemas aos trabalhadores, tais como dificuldades nas negociações coletivas, problemas nos planos de previdência privada, falta de transparências nas negociações sobre Participação nos Lucros e Resultados, etc. No encontro foi dada também atenção à movimentação das empresas Unigel e a Solvay.

Documento e audiências públicas

O Grupo de Trabalho do Setor Petroquímico decidiu elaborar um documento apontando essas preocupações e apresentando sugestões, sob a ótica dos trabalhadores para o setor. O documento será assinado pela CNQ e pela FUP e a idéia é divulgá-lo amplamente já na primeira quinzena de outubro. A partir desse material, o GT pretende marcar uma audiência com a ministra Dilma Roussef, que preside o Conselho de Administração da Petrobrás. Afinal, a Petrobrás detém 40% de participação da Quattor e 30% da Braskem e é decisiva nesse processo de concentração do setor.  O Setor Petroquímico ganha ainda mais importância com a exploração do Pré-sal, pois uma das metas do governo é que o Brasil não seja apenas um mero exportador de petróleo, mas que possa transformá-lo e agregar valor ao produto, o que aumenta a importância do setor petroquímico. Por tudo isso, é importante que se defina uma estratégia para o setor com a participação dos trabalhadores e da sociedade. Além da audiência com a ministra estão previstas audiências públicas nas Câmaras de Vereadores das cidades onde há unidades das empresas petroquímicas e nas Assembléias Legislativas.