MST divulga nota comemorando arquivamento da CPI

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota, nesta…

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota, nesta terça-feira (7), para agradecer “a todos que manifestaram sua solidariedade com nosso Movimento, e contribuíram para denunciar o atentado contra a democracia promovido pelos setores reacionários do país.” A nota faz referência ao arquivamento da CPI mista do MST proposto pela oposição no Congresso.

Para o MST, a bancada ruralista está isolada e “assutada” com o anúncio da atualização dos índices de produtividade, tentaram fugir do debate sobre a viabilidade do agronegócio. A tentativa de investigar o MST é para impedir que seja adotadas as medidas de adoção de novos índices de produtividade da terra para efeito de reforma agrária.

O Censo Agropecuário 2006, divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstra que a concentração da terra aumentou no Brasil nos últimos 10 anos. “Nosso país tem que lidar com o absurdo de possuir 46% de suas terras dominadas pelo latifúndio, propriedades com mais de mil hectares. O IBGE demonstra que as propriedades com menos de 10 hectares controlam apenas 2,7% do território do Brasil”, diz a nota do MST.

E critica o modelo do agronegócio, com grandes empresas transnacionais se apropriando da maioria das terras brasileiras, controlando a produção e o comércio de grãos e ‘commodities’ e dominar os recursos naturais.

Para o MST, é preciso investigar o agronegócio, que recebe 43,6% dos recursos públicos para a produção, “mesmo utilizando veneno em larga proporção”. O estudo do IBGE mostra que 56% dos estabelecimentos usam agrotóxicos sem nenhum critério ou controle. E acrescenta que “não é o agronegócio o responsável pelo alimento que chega à mesa do trabalhador brasileiro, é a agricultura familiar a responsável por 85% da produção de todos os alimentos. E é nela que trabalham 85% das pessoas no campo.”

Os trabalhadores sem terra também questionam o medo dos ruralistas em cumprir a lei que determina a atualização dos índices de produtividade.

Ao mesmo tempo em que apresentam a resposta: “Porque eles não querem assumir a falência do seu modelo, que concentra terra, expulsa os trabalhadores do campo, não produz alimentos, abusa dos venenos, degrada o meio ambiente e alimenta os cofres das transnacionais. Insistimos na necessidade de se pensar um outro modelo para a agricultura brasileira.”

A nota concluiu dizendo que “o MST pretende seguir em luta no combate ao agronegócio, para retomar a necessidade de uma Reforma Agrária massiva, popular, que possa impedir a concentração da propriedade da terra, priorize a produção de alimentos saudáveis para toda a sociedade, democratize a educação e estimule a população a permanecer no meio rural, com qualidade de vida.”

E destaca o apoio recebido das mais de quatro mil pessoas que assinaram o Manifesto em Defesa da Democracia e do MST (http://www.petitiononline.com/manifmst/petition.html). “Sabemos que não estamos sozinhos e, por seu apoio, que estamos no caminho certo.”