Luis Nassif explica a ofensiva da Revista Veja contra ele

O jornalista Luís Nassif faz parte de um grupo de profissionais comprometidos com a verdadeira democracia da informação…







Com informações do Vermelho e do Blog do Luís Nassif

O jornalista Luís Nassif faz parte de um grupo de profissionais comprometidos em colaborar com a verdadeira democracia da informação, e que optaram por meios de comunicação mais independentes para expor críticas relacionadas aos acontecimentos políticos, e sobre a posição da “mídia” em relação aos ataques da oposição ao atual governo.

Segundo o site Consultor Jurídico, o processo foi motivado após uma série de artigos assinados por Nassif em seu blog, administrado pelo iG, em que o jornalista criticava a atuação de Sabino na cobertura de determinadas áreas jornalísticas. Para Nassif, o redator-chefe da Veja era inexperiente em temas de relevância, como política e economia, por provir da "área cultural" e praticava "cacos" de "maneira ostensiva e grosseira". A palavra "cacos", segundo disse o próprio jornalista no blog, se refere a "modificações introduzidas no texto da reportagem original".

No decorrer desta semana, Nassif publicou em seu blog, uma explicação sobre a ofensiva contra ele.

Leia abaixo o comentário de Nassif.

A Abril consegue a primeira condenação

Ainda não tenho os dados à mão. Mas, pelo que sou informado, fui condenado a pagamento de 100 salários mínimos pelo juiz Vitor Frederico Kümpel, da 27ª Vara Cível, em processo movido por Mário Sabino e pela revista Veja. No primeiro processo – de Eurípedes Alcântara – fui absolvido.


Pode haver apelação nas duas sentenças.

Ao longo dessa longa noite dos celerados, a Abril lançou contra mim os ataques mais sórdidos que uma empresa de mídia organizada já endereçou contra qualquer pessoa. Escalou dois parajornalistas para ataques sistemáticos, que superaram qualquer nível de razoabilidade. Atacaram a mim, à minha família, ataques à minha vida profissional, à minha vida pessoal, em um nível só comparável ao das mais obscenas comunidades do Orkut.


Não me intimidaram.

Apelaram então para a indústria das ações judiciais – a mesma que a mídia vive criticando como ameaça à liberdade de imprensa. Cinco ações – quatro em nome de jornalistas da Veja, uma em nome da Abril – todas bancadas pela Abril e tocadas pelos mesmos advogados, sob silêncio total da mídia.


Não vou entrar no mérito da sentença do juiz, nem no valor estipulado.

Mas no final do ano fui procurado por um emissário pessoal de Roberto Civita propondo um acordo: retirariam as ações em troca de eu cessar as críticas e retirar as ações e o pedido de direito de resposta. A proposta foi feita em nome da “liberdade de imprensa”. Não aceitei. Em nome da liberdade de imprensa.

 

Podem vencer na Justiça graças ao poder financeiro que lhes permite abrir várias ações simultaneamente. Quatro ações que percam não os afetará. Uma que eu perca me afetará financeiramente, além dos custos de defesa contra as outras quatro.

 

Mas no campo jornalístico, perderam para um Blog e para a extraordinária solidariedade que recebi de blogueiros que sequer conhecia, de vocês, de tantos amigos jornalistas que me procuraram pessoalmente, sabendo que qualquer demonstração pública de solidariedade colocaria em risco seus empregos. Melhor que isso, só a solidariedade que uniu minhas filhas em defesa do pai.

PS – Como o processo continua, vou bloquear comentários no post, que eventualmente poderia ser utilizados pela parte contrária.