O longa brasileiro Democracia em Vertigem, disponível desde 19 de junho no catálogo da plataforma de streaming Netflix, está entre os finalistas na categoria de Melhor Documentário do Oscar 2020. O filme concorre com American Factory, The Cave, Honeyland e For Sama.
O documentário da cineasta Petra Costa narra os eventos que transformaram o panorama político do Brasil desde o golpe contra a então presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016, culminando, em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República.
Petra imprime sua visão pessoal deste período à obra, combinando relatos do passado político e industrial de sua família e falas de lideranças antigas e atuais — entre elas, os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, que aparecem em cenas de bastidores.
O filme foi bem recepcionado em eventos em todo o mundo. Após sua estreia no Festival de Sundance (leia no site do festival, em inglês), nos Estados Unidos, o jornal The New York Times teceu elogios. “Um documentário absolutamente vital (…) Petra usa seu filme para explicar a história complicada do Brasil e avisar que mesmo uma democracia aparentemente estável e próspera pode cair no caos em instantes”, disse o crítico Noel Murray.
A revista Variety também havia posicionado o filme em uma lista de “10 documentaristas para assistir em 2019”. O portal norte-americano Indie Wire foi mais incisivo: “Uma visão assustadoramente pessoal sobre o início de uma ditadura de extrema-direita”.
À época de sua estreia na Netflix, o filme comoveu espectadores. “Fiquei muito emocionado. Chorei pouco, não como ela”, disse o músico Caetano Veloso, que assistiu em sua casa, ao lado da apresentadora e atriz Mônica Iozzi. “É difícil não chorar nada. Tem a perspectiva dela e a histórica, tem os pais dela. A série de coisas é muito nítida a feição dessa história”, completou Caetano.
O ex-deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) também falou em suas redes sociais sobre o documentário no período de sua estreia. “É impressionante como a Petra conseguiu traçar um elo entre nosso passado recente e nosso passado mais distante. E mostrar o que restou do passado distante de mais infeccioso, a ponto de infectar nossa democracia. Petra se implica na história, conta uma história que é dela e também nossa. Eu, envolvido nos fatos, ao vê-los de fora do país, me doeu muito”, disse.
Assista ao treiler do documetário, que está disponível na plataforma Netflix:
[Via Rede Brasil Atual]
Para defender os trabalhadores, as trabalhadoras e toda a sociedade brasileira da política econômica neoliberal do governo de Jair Bolsonaro (PSL) que só retira direitos trabalhistas e coloca em risco o patrimônio público, ao vender as estatais a preço de banana para empresas estrangeiras, as centrais sindicais CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSB e Intersindical e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, convocaram o Ato em Defesa da Soberania, Direitos e Empregos, em Brasília, nesta quarta-feira, dia 30, a partir das 10h da manhã.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, ressalta que ir para as ruas, é defender o Brasil, a geração de emprego para mais de 30 milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregados e subempregados que querem empregos de qualidade. Ir para ruas é dar um basta nas políticas neoliberais.
De acordo com o presidente da CUT, para voltar a crescer, o Brasil precisa de investimento do setor público porque as multinacionais só investem em seus países de origem. “Todos os períodos de crescimento econômico que nós tivemos foi com intervenção do Estado, com investimento dos bancos públicos, em especial BNDES e das empresas estatais, como fez a Petrobras que ao decidir pela construção de plataformas no Brasil recuperou o setor naval brasileiro, gerando milhares de empregos”.
Para o dirigente, a política de privatização do ministro da Economia, o banqueiro, Paulo Guedes, de entregar o nosso minério e nossa água aos estrangeiros, será um caso de estudo porque o Brasil será a única Nação no mundo que entregou a suas riquezas para outro país sem nenhuma guerra.
“A política de Guedes compromete o futuro do Brasil. Por isso, todo mundo tem que ir para ir para rua, a dona de casa, os estudantes, os rurais e os indígenas contra a destruição do país”, diz.
“Quem é normal e não acredita que a terra é plana tem de ir pra rua no dia 30 e participar das mobilizações”
No ato estão previstas caravanas de outros estados e, principalmente de Goiás e do entorno de Brasília. São petroleiros, bancários, professores, metalúrgicos, urbanitários e trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, servidores públicos, terceirizados e de várias outras categorias profissionais, inclusive desempregados que vão ocupar a esplanada dos Ministérios.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno (SINTECT/DF), Amanda Corsino, diz que a ideia de reunir pessoas desempregadas, familiares e amigos dos trabalhadores tem como intuito mostrar ao povo brasileiro que a venda das estatais não afeta somente uma categoria, mas toda a população que vai sofrer com aumentos nos preços da água, luz, gás , gasolina e na piora do atendimento de empresas como os Correios.
“O trabalhador que não puder ir, avise a família e os amigos desempregados sobre a importância da participação deles. Precisamos de toda a população engajada. Estamos defendendo a soberania nacional e isto passa pela manutenção das empresas públicas. Este governo estagnou a economia, não gera emprego, nem renda e o problema não é só dos trabalhadores das estatais, é de todo brasileiro que vai pagar a conta”, afirma a dirigente, que também é secretária-Adjunta de Relações de Trabalho da CUT Nacional.
Os últimos acontecimentos no Chile, em que a população foi para as ruas protestar contra a política econômica do governo daquele país, e a volta da esquerda à presidência da Argentina são um alerta para o povo brasileiro de que a política econômica neoliberal de Bolsonaro e Guedes não dá certo, avaliam Nobre e Corsino.
Os dirigentes reforçam que Paulo Guedes ajudou a implantar no Chile o sistema de capitalização da Previdência, acabou com direitos trabalhistas e enfraqueceu os sindicatos.
“O que está acontecendo no Chile é a revolta do povo contra a política econômica neoliberal, onde tudo é privatizado. Não tem ensino superior gratuito, não tem acesso à saúde gratuita. É a mesma política que Bolsonaro quer aqui, a que destrói os direitos sociais e previdenciários. O Brasil precisa acordar para não chegar a esse ponto”, afirma Corsino.
Já Sérgio Nobre acredita que tudo o que está acontecendo no Chile teve o dedo do ministro da Economia brasileiro, mas que, agora o povo quer outro rumo.
“O desespero é tanto que o presidente, Sebastián Piñera, pediu desculpas para o povo porque o que foi feito de ruim, não pode se recuperar em dois, três anos. Não é isso que queremos. Não podemos permitir que está acontecendo no Chile aconteça com o Brasil. Ainda há tempo para mudar”, avalia o presidente da CUT.
Nobre , no entanto, elogia a eleição do novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que, segundo ele, contou com apoio forte dos movimentos sociais e dos sindicatos argentinos.
“Os argentinos estão muito preocupados com o Brasil e não é à toa que o discurso do presidente eleito sobre Lula foi o de exaltar que a maior liderança da América Latina, o embaixador do combate à fome e à assistência social é mantido no Brasil como preso político. E a prisão do Lula é outro debate que queremos fazer também nas ruas no dia 30”, diz Nobre.
[Via CUT]
Em mais uma derrota para o consórcio Temer/Bolsonaro, foi adiada outra vez no Senado Federal a votação do PLC 78/18, da cessão onerosa do Pré-sal. A pressão dos petroleiros e o diálogo com senadores, governadores e prefeitos, mostrando os prejuízos que a aprovação da matéria implicará para estados e municípios, surtiu efeito e o governo não conseguiu aprovar o texto no plenário da Casa.
“A nossa ação é no sentido de mostrar aos senadores, governadores e prefeitos, individualmente, os cálculos da perda de receita de cada ente federativo com o leilão dos excedentes do pré-sal da cessão onerosa. Os números não mentem, temos estimativas da própria Petrobras que indicam que há cerca de 15 bilhões de barris de excedentes, que valem cerca de R$ 500 bilhões. O governo do ilegítimo e golpista Michel Temer quer vender esse excedente – bônus de assinatura - por apenas R$ 100 bilhões, valor que representa um quinto do valor líquido”, afirma Felipe Homero Pontes, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES).
Sem conseguir acordo para a votação, a equipe do futuro ministro Paulo Guedes recuou e cogita desistir do projeto de lei da cessão onerosa, que prevê mudanças na exploração desses campos no pré-sal, hoje exclusividade da Petrobras. Diante disso, a equipe de Guedes quer agora encontrar uma brecha e pedir aval do Tribunal de Contas da União - TCU para fazer o leilão apenas com a revisão do contrato entre Petrobras e União. “Assim como estamos fazendo no Congresso Nacional, a brigada petroleira estará vigilante e não permitirá essa negociação criminosa. Estamos preparados para juridicamente derrotar mais essa investida lesa à pátria daqueles que querem entregar as nossas riquezas ao capital estrangeiro”, afirmou o diretor da Federação Única dos Petroleiros - FUP, Deyvid Bacelar.
REFINO DE PETRÓLEO – Na terça feira (04), os petroleiros participaram de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a importância estratégica do refino de petróleo para o país e para a Petrobras. Com o tema “Refino de petróleo como uma questão estratégica para o país”, petroleiros, parlamentares e especialistas do setor foram unânimes em dizer que não há justificativa técnica que respalde a proposta do atual comando da Petrobras de vender quatro de suas refinarias.
Dary Beck Filho, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), lembrou que não se justificam os argumentos da direção da Petrobras de que há necessidade de vender ativos da empresa para pagar dívidas. “Já foi demonstrado que isso não tem sentido, porque sua geração de caixa é muito grande, ela tem viabilidade financeira em nível internacional”, argumentou. Dary Filho disse temer que o Brasil e os brasileiros amarguem mais prejuízos com esse tipo de venda, assim como ocorreu no episódio de privatização da Nova Transportadora do Sudeste (NTS).
Presente na audiência, o ex-consultor da Câmara para a área de minas e energia, com foco nos temas relativos a petróleo, gás natural, biocombustíveis e recursos minerais, Paulo César Ribeiro denunciou o entreguismo do governo e da atual gestão da Petrobras. “O Brasil está na contramão do que ocorre em todo o mundo. Enquanto mundo a fora, os países detentores de petróleo fortalecem suas estatais, no Brasil, querem entregar a preço de banana às petrolíferas estrangeiras”, afirmou.
Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa das Refinarias da Petrobras e contra a sua Privatização, o deputado Bohn Gass (PT-RS), foi um dos autores do requerimento para a audiência. O parlamentar manifestou preocupação com a falta de visão estratégica de quem está propondo a destruição de toda uma cadeia de exploração, produção, refino e distribuição de combustíveis no Brasil.
“É importante que o Brasil continue atuando estrategicamente na área do refino e não decida entregar, como planejou Michel Temer por meio de um plano de desinvestimento, o patrimônio dessas refinarias para que petrolíferas estrangeiras venham atuar no Brasil. Elas vão transformar óleo bruto em derivados, transferindo dinheiro, emprego e tecnologia para fora do País. Depois, vão nos humilhar, obrigando os brasileiros a comprar combustíveis a preços altos, revelando nossa total falta de soberania”, protestou o deputado.
Também autor do requerimento da audiência, o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) lembrou que a Petrobras é um bem público e precisa ser preservada. “As informações contribuem para orientar a opinião pública com dados concretos. O lucro da estatal superou no último trimestre o lucro de bancos e empresas importantes. Isso mostra a importância de preservar a Petrobras como um bem público, sobretudo neste momento em que o governo ataca frontalmente todas as empresas públicas brasileiras”.
Entenda o PLC 78/18 - Na prática, o projeto autoriza a Petrobras a abrir mão de 70% dos cinco bilhões de barris de petróleo da Cessão Onerosa do Pré-Sal. Ou seja, até 3,5 bilhões de barris. Além disso, o PLC também aprova a criação de leilões para os excedentes da cessão onerosa, que podem chegar a 15 bilhões de barris.
Quando aprovou a Lei 12.267/2010 – Lei da cessão onerosa, o Congresso Nacional autorizou a União a “ceder” à Petrobras o direito de produzir até 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural, no valor de R$ 173,3 bilhões, segundo estimativas da época. O objetivo da lei foi capitalizar a Petrobras para a companhia desbravar o pré-sal. Em contrapartida, a Petrobras repassaria o valor correspondente a essa quantidade de barris para a União em forma de ações preferenciais da empresa.
Novas estimativas da Petrobras indicam, no entanto, que há cerca de 15 bilhões de barris de excedentes, que valem cerca de R$ 500 bilhões. O governo do ilegítimo e golpista Michel Temer quer vender esse excedente – bônus de assinatura - por apenas R$ 100 bilhões, valor que representa um quinto do valor líquido.
De autoria do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), o texto foi aprovado a toque de caixa pela Câmara dos Deputados Federais, no dia 20 de junho, sem qualquer debate nas comissões. No dia 7 de novembro, a brigada petroleira esteve mobilizada em Brasília contra o avanço da matéria, mas a bancada governista conseguiu aprovar um Requerimento de Urgência ao PLC, fazendo com que a matéria não seja apreciada por nenhuma comissão de mérito do Senado, a exemplo do que já ocorreu na Câmara dos Deputados.
Desde então, a brigada petroleira tem se mobilizado, semana após semana, para impedir a votação da matéria.
Os petroleiros mais uma vez fizeram história, protagonizando um momento único no País: o registro coletivo da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência do Brasil. A coligação “’O Povo Feliz de Novo”, que reúne PT, PCdoB e PROS em torno da candidatura de Lula e Fernando Haddad, foi registrada na quarta-feira (15), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o respaldo de cerca de 50 mil manifestantes que ocuparam Brasília para defender a inocência do ex-presidente e seu direito de disputar a eleição.
“Entendemos que só um projeto popular e democrático, focado nos interesses do povo e na soberania nacional, pode mudar o destino do Brasil”, afirmou Simão Zanardi, coordenador da FUP, destacando que a eleição de outubro definirá os rumos da Petrobrás. “Ou vamos cair de vez no entreguismo e nas privatizações ou retornaremos para a soberania e a democracia”, alertou.
Cerca de 300 petroleiros participaram da mobilização em Brasília, com caravanas e representações de vários estados do país. Os trabalhadores se somaram à Marcha Lula Livre, que saiu do Estádio Mané Garrincha em direção ao TSE, cortando o Eixo Monumental.
Pela primeira vez na história do país, uma candidatura foi registrada coletivamente, com o respaldo de milhares de brasileiros e brasileiras. Ao lado da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB), que integra a coligação “O Povo Feliz de Novo”, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, ressaltou a singularidade e importância do ato político. “O registro da candidatura de Lula à presidência da República não é um ato de desobediência à lei e sim um ato de obediência ao povo e à Constituição Federal", afirmou.
Preso político desde 07 de abril na sede da Polícia Federal, em Curitiba, o ex-presidente lidera todas as pesquisas eleitorais. A última consulta feita pelo Vox Populi, entre os dias 18 e 20 de julho, revela que as intenções de voto em Lula aumentaram para 41% contra 39% registrado em maio. Já a soma de todos os outros adversários alcançou 29%.
“Vamos nos espalhar pelo Brasil para, nas ruas, no trabalho, nas redes sociais, mas, principalmente, olhando nos olhos das pessoas para lembrar que esse país um dia já foi feliz e que os mais pobres estavam contemplados no orçamento da União como investimento, e não como despesa”, conclamou Lula em carta à militância, que foi lida por Haddad durante a manifestação em frente ao TSE.
“Vamos dialogar com aqueles que viram que o Brasil saiu do rumo, estão sem esperança, mas sabem que o país precisa resolver o seu destino nas urnas, não em golpes ou no tapetão. Lembrar que com democracia, com nosso trabalho, o Brasil vai voltar a ser feliz”, ressaltou o ex-presidente, lembrando aos manifestantes que enquanto ele estiver preso, “cada um de vocês será a minha perna e a minha voz. Vamos retomar a esperança, a soberania e a alegria desse nosso grande país”, afirmou em um trecho da carta.
[FUP]
Uma caravana do Sindipetro Unificado de São Paulo, filiado à CUT foi nessa terça-feira (16) à capital federal para protestar contra o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131, de 2015, do senador José Serra (PSDB-SP). Em Brasília, os senadores podem aprovar que a medida comece a ser votada imediatamente.
O texto altera a Lei de Partilha nº 12.351, de 2010, e revoga a participação obrigatória da Petrobras no modelo de exploração da produção de petróleo na camada pré-sal, que coloca a empresa como operadora única na gestão do pré-sal, além de garantir a participação mínima da companhia nos campos.
Caso seja aprovado no Senado
O PLS ainda tramitará na Câmara, antes de voltar a sua casa de origem –, o projeto será votado em regime de urgência sem passar por comissões. No trâmite normal, ele seria apreciado pelas comissões do Senado de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), de Assuntos Econômicos (CAE) e de Serviços de Infraestrutura (CI).
Coordenador Regional do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), Verenissimo Barçante, explica que este afetará o atual modelo que coloca a Petrobras como operadora única na gestão do pré-sal com uma participação mínima de 30%. “Todo o fluxo de petróleo é acompanhado pela estatal, que opera e monitora. Isso [PLS 131/2015] representaria tirar o controle do governo diante dos recursos brasileiros, o que afetará a soberania”, destaca.
Também dirigente do Sindipetro-SP, Gustavo Marsaioli alerta que os investimentos em setores do Brasil poderá ser prejudicado. “Hoje, de todo o recurso explorado no pré-sal, há um fundo que vai para a educação e a saúde. Se esse projeto for votado, entre outras coisas isso significa menos recurso federal para essas áreas”, pontua.
Marsaioli observa que a conquista do regime de partilha ainda não é o modelo ideal, mas representa um avanço recente. Ele ressalta, contudo, que a luta maior se dá pelo monopólio estatal do petróleo e que o projeto de José Serra representa um golpe à democracia.
Serra recebeu recursos de petroleiras – “O PLS de Serra parece ser nada menos do que o pagamento de uma dívida de campanha eleitoral. Na campanha que disputou contra Dilma, em 2010, ele recebeu recursos de multinacionais de petróleo nas eleições”, conclui Marsaioli.
O projeto de entregar o petróleo brasileiro ao capital internacional não é novo. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), em 1999, cumprindo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), um memorando de Política Econômica do Ministério da Fazenda aponta que estava mantida a intenção de vender “o restante das ações não votantes da empresa”.
Em 2000, o então presidente da empresa, Henri Reichstul, apresentou o projeto de mudar o nome para Petrobrax, numa maneira de torná-la mais atrativa para a compra no cenário internacional.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) foi criada em 1994, fruto da evolução histórica do movimento sindical petroleiro no Brasil, desde a criação da Petrobrás, em 1953. É uma entidade autônoma, independente do Estado, dos patrões e dos partidos políticos e com forte inserção em suas bases.